Vi recentemente uma crónica publicada a 24 Julho 2011 no Jornal O Público, escrita por Paulo Moura, que tinha como titulo; “O vício das orquídeas”. Como as orquídeas são assunto do meu interesse, li o texto com curiosidade.
Paulo Moura falava sobre o interesse crescente das pessoas pela beleza do mundo, que nalguns casos se transforma numa verdadeira obsessão. E vai buscar como exemplo os colecionadores de orquídeas.
Diz que são homens ou mulheres, geralmente acima dos 50 anos, os grandes entusiastas, cuja mania se vai agravando com a idade. Tornam-se fanáticos. Neste caso, por orquídeas. Passam horas observando em êxtase os pormenores de espécimes raros ou exóticos; compram orquídeas por preços exorbitantes, procuram por todo o mundo, encomendam-nas, cultivam-nas, guardam sementes, cruzam-nas e criam combinações genéticas.
A orquídea é um ser vivo de beleza concentrada, que deslumbra e comove. Verdadeira. Não foi lapidada como um diamante, nem é formada de ilusões óticas, como uma galáxia distante. Um ser simples e frágil que podemos segurar numa mão. Podemos contemplá-la, mas também amassá-la em menos de um segundo. É o esplendor à nossa mercê, diz Paulo Moura.
Existe algo de erótico numa orquídea. Em 1653, o Guia Herbário Britânico avisava que elas são “quentes e húmidas, sob o domínio de Vénus, e provocam excessivamente sensações de luxúria”.
Uma
orquídea pode ser tão bela a ponto de sentirmos que é eterna, embora dure
apenas umas semanas e que isso não impede os colecionadores mais loucos de pagarem
20 mil euros ou mais por uma só destas espécies.
Gostei
de ler. Para mim, a orquídea é tudo isto! Paulo Moura, de uma forma poética faz
uma descrição autêntica sobre o valor, beleza e sensibilidade da flor mais
linda do mundo. Por isso, não é de admirar que existam viciados por tamanha
beleza, dispostos a pagarem fortunas por um exemplar. E eu não me importava nada
de ter como manifestação de amor uma prenda de tamanho valor: uma orquídea!